terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Grupos Operativos com Adolescentes

* Chafi Abduch
Introdução
Sabemos quanto é normal e saudável o homem viver em sociedade. Essa condição social, nos exige freqüentemente reavaliações e resignificações dos nossos marcos referenciais a fim de integrar eticamente nossas diferenças.
Na adolescência, experimentamos essa vivência grupal fora do âmbito social familiar, entrando em contato com diferentes culturas, hábitos, valores, crenças, necessidades etc... Essa tendência grupal tão explícita na adolescência, pode-se tornar um fator de proteção a sua saúde, se tomarmos como referência o conceito da Organização Mundial de Saúde, que nos diz que Saúde é um equilíbrio entre os fatores biológicos, psicológicos e sociais. E não, simplesmente, ausência de doenças.
O grupo para o de adolescente, segundo Eisenstadt, embora seja um importante ponto de articulação de sistemas de personalidade e social de seus membros, nem sempre têm um caráter integrativo, ou está a serviço de promover a integração da personalidade, a solidariedade e a continuidade do sistema social. Pode-se tornar foco potencial de anormalidades ou de propostas de transformação social, o que traz à tona o caráter potencialmente problemático de grupos juvenis e da própria juventude como condição chave para o processo de transmissão da herança social .
Este artigo tem por objetivo sensibilizar profissionais que atuam com jovens e adolescentes em situações de grupo, afim de que possam aproveitar essa oportunidade como um espaço protetor a saúde integral dos nossos jovens. Aos pedagogos, professores, educadores, psicólogos, assistentes sociais, sociólogos, médicos, enfermeiros, agente de segurança, artesãos, aos líderes comunitários e religiosos, enfim todos que têm contato educativo com adolescentes.
A convicção de que a utilização da estrutura grupal possa ser um instrumento de promoção, prevenção e atenção à saúde integral do adolescente advém de nossos doze anos de experiência como Docente Multiplicador da Saúde Integral do
Adolescente do Ministério da Saúde, junto ao Programa do Adolescente da Secretaria de Saúde do Governo do Estado de São Paulo, coordenado pela Professora Dra. Albertina Duarte Takiuti, assim como nossa formação em coordenação de grupos operativos pelo Instituo Pichon-Rivière de Psicologia Social de São Paulo.
Nesse período, treinamos equipes multiprofissionais, formamos adolescentes agentes de saúde e monitores de grupo, criamos, coordenamos e supervisionamos vários grupos operativos com adolescentes provenientes de famílias nucleares, jovens em regime de liberdade assistida, jovens em situação de rua e institucionalizados, adolescentes prostituídas na zona do garimpo, mães adolescentes, grupos de familiares de adolescentes e professores, entre outros.
Sabemos que pouco andamos, mas convictos de que na direção certa... e somente com parcerias e associações, estaremos corrigindo nosso rumos.

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